ATENÇÃO PRIMÁRIA – DESAFIOS E PERSPECTIVAS

Com a municipalização da saúde houve a discussão da responsabilidade de estados e municípios em relação a esse setor, e conseqüentemente houve a fragmentação da saúde.
Na atenção primária a melhor forma de fazer é através do Programa Saúde da Família. O programa iniciou em 94. Mesmo após quase 15 anos de funcionamento o psf ainda oferece condições técnicas e de estrutura muito aquém do que foi planejado, apenas 30% estão funcionando de maneira adequada.
Um dos aspectos que ajudam a atenção primária é a re-territorializaçã bem elaborada, ações de vigilância e definição da clientela.
Foi constatado que o PSF contribui para redução da mortalidade materna-infantil e que em áreas onde exista uma maior cobertura do programa é proporcional o aumento do aleitamento exclusivo, cobertura vacinal e coleta de prevenção de câncer de colo.
A taxa de internação também diminui com um número maior de equipe de saúde da família.
Em geral a atenção primária tem algumas fragilidades, comuns aos municípios brasileiros, tais como:
1. modelo voltado para as doenças agudas;
2. número de médicos insuficiente para o número de equipes;
3. elevada rotatividade de profissionais;
4. processo de trabalho fragmentado;
5. desvalorização da atenção primária;
6. desintegração dos diversos setores, até do próprio setor;
7. dificuldade no planejamento, auditoria e informação;
8. falta de planejamento e de integração entre as diversas ações;
9. distanciamento entre a atenção especializada e hospitalar;
10. atuação de forma isolada entre os diversos setores da secretaria de saúde;
11. não utilização das informações;
12. falta de qualificação dos gestores e com baixa escolaridade;
13. capacitação de forma desorganizada e desintegrada ou até mesmo ausência de programas de capacitação;
14. deficiência na formação do profissional.
Em resumo só podemos ter uma saúde forte se tivermos a atenção primária estruturada.


autor: Márcio Carvalho