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100 milhões de vacinas. Que não serão usadas


H1/N1: a doença da supermediatização é mais grave que a gripe!

26/7/2009, Pascal Riché, no Blog Rue89

http://www.rue89.com/2009/07/26/h1n1-une-surmediatisation-politique-pour-bernard-debre

Para o Prof. Debré, "bobagem assustar as pessoas por causa dessa 'gripezinha de nada', que não implica perigo algum."

O professor Bernard Debré, além de médico é deputado da UMP (fr. Union pour un Mouvement Populaire, União para um Movimento Popular, partido de Sarkozy) de Paris; e não pode ser chamado de 'tendencioso'. "A política do presidente Sarkozy me alegra o coração", disse aos jornais, dia 8/7 passado. Ainda assim, criticou duramente o seu próprio governo, a propósito da gripe H1N1.

Em entrevista ao Journal du Dimanche, o prof. Debré denuncia a instrumentalização política de "uma gripezinha de nada, que não implica perigo algum" e que, do ponto de vista médico, absolutamente não justifica as centenas de milhões que o govero está gastando:

"A gripe H1N1 não é perigosa. De fato, é menos perigosa que a gripe sazonal que também está aí. Quero dizer: chega de falar de gripe!"

O prof. Debré chama a atenção para a facilidade com que a gripe H1N1 está sendo 'aproximada' da gripe aviária, H5N1, que, aquela sim, é grave:

"Aprendemos que os genes se redistribuem e, nessa redistribuição, podem gerar um vírus perigoso para a saúde e muito contagioso. A loteria aconteceu. Mas, por sorte, ganhamos um vírus bom, o H1N1. Temíamos um valete de paus; tiramos uma dama de copas."

"E depois? Vão desenhar infográfico de dor-de-barriga?"

A gripe A H1N1 fez 800 mortos no mundo e, segundo os especialistas, já ultrapassou o ponto máximo de contaminação. Claro que há risco de que ocorra outra mutação. Mas os virologistas não consideram que seja risco grave.

O deputado comenta a onda de pânico: primeiro, "a OMS pos-se a gesticular e falar mais do que o necessário, com comunicados diários e excesso de declarações à imprensa". Depois, os governos, porque, afinal, as pessoas já estavam assustadas. O pior, de fato, veio depois:

"Os governos deveriam ter sabido resistir. Não resistiram à imprensa e sucumbiram a uma supermediatização política de um problema médico epidemiológico."

Nem o governo do presidente Sarkozy escapa à crítica:

"Na França, há 800 casos. Isso é piada, não é epidemia. E depois? Vão desenhar infográfico de dor-de-barriga? (…) É inútil assustar as pessoas. O que me faz pensar que o plano seja outro. O governo francês acedeu à supermidiatização política da gripe, para poder martelar a opinião pública com coisas como: "cidadãos e cidadãs, durmam em paz, sem medo, que 'papai-Estado' vela por todos!"

100 milhões de doses de vacinas já encomendadas

Na 6ª-feira, depois de visitar hospitais em companhia da ministra da Saúde, Roselyne Bachelot, o primeiro-ministro François Fillon continuava ainda a ameaçar com o fantasma de uma catástrofe da saúde pública que estaria às portas do país, sem jamais parar de repetir que a França "está a postos" para enfrentá-la:

"O número de casos confirmados continua a subir em todo o mundo. A situação é muito preocupante no hemisfério sul e na Europa. O Reino Unido é o país mais afetado, o que nos faz crer que a pandemia será inevitável."

No canal de televisão Europe-1, também respondeu às críticas: "Vivemos crise econômica já séria demais, para que o país seja paralisado por uma pandemia."

O governo foi criticado por já ter encomendado vacinas: 100 milhões de doses encomendadas pelo Estado, negócio de 700-900 milhões de euros, equivalente a 10% do buraco em que se debate a saúde pública. É aspecto que também intriga muito o deputado e médico Bernard Debré:

"Não entendo por que encomendar antecipadamente 100 milhões de vacinas. O normal seria que os laboratórios trabalhassem e, depois, comprássemos a vacina que nos parecesse melhor. Já se sabe que as vacinas não estarão prontas antes de 15 de novembro. Em outras palavras, só haverá vacinas depois de o pico da contaminação já ter passado há meses."

Enquanto esperam, os laboratórios Sanofi, GSK, Novartis e Baxter preparam as 100 milhões de vacinas que, muito provavelmente, jamais serão usadas. Esses, sim, podem festejar: em tempos de restrições orçamentárias, encomendas desse tipo, feitas pelo Estado, são muito raras. Toda a operação parece ter sido feita em segredo: ninguém sabe quantas vacinas foram encomendadas a cada fabricante, nem preços, nem condições contratuais.

O artigo original, em francês, pode ser lido em:

http://www.rue89.com/2009/07/26/h1n1-une-surmediatisation-politique-pour-bernard-debre"
fonte: vi o mundo

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